A ENFERMAGEM NA MANUTENÇÃO DAS FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DO POTENCIAL DOADOR
Resumo
Este artigo objetivou conhecer a atuação dos acadêmicos de enfermagem na Organização de Procura de Órgãos (OPO) diante da manutenção do potencial doador em hospital de ensino do estado do Ceará. Estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa, que teve como sujeitos sete acadêmicos de enfermagem da OPO através da assinatura de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A coleta de dados ocorreu no segundo semestre de 2010 e se deu por meio de entrevistas semiestruturadas.Para a análise dos dados, foi utilizado o discurso do sujeito coletivo. Visando manter a qualidade dos órgãos para fins de
transplante foram encontradas ações de manutenção da pressão arterial e da pressão venosa central, realizadas através do manejo de líquidos e drogas; manejo da temperatura por meios físicos; cuidados com córneas através de higienização e proteção com gaze umedecida; necessidade de manter dieta enteral; manuseio ventilatório com gasometrias frequentes, aspiração do tubo orotraqueal e manejo da pressão intrabalonete; ações de prevenção de infecção; e monitorização eletrocardiográfica com manejo de parada cardiorrespiratória.A atuação dos acadêmicos mostrou-se eficiente, visto que a grande maioria das ações desenvolvidas foi de acordo com as recomendações encontradas na literatura, enriquecendo as discussões sobre o manejo clínico do corpo com morte encefálica. Porém, faz-se necessária a elaboração de novos estudos sobre manutenção multiprofissional dos potenciais
doadores com aprofundamento nas respostas fisiológicas destes diante da manutenção a fim de subsidiar a melhoria dessa prática ainda tão pouco explorada.
Referências
Brasil. Lei n° 9434, de 4 de fevereiro de 1997. Estabelece
a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para
fins de transplante e tratamento e dá outras providências.
Diário Oficial da União.5fev 1997; Seção 1:2191-3.
Brasil. Resolução CFM n° 1480, de 8 de agosto de 1997.
Estabelece os critérios para diagnóstico de morte encefálica.
Diário Oficial da União 21 ago 1997; Seção 1:18.227-8.
Macedo JL. A subversão da morte: um estudo
antropológico sobre as concepções de morte encefálica entre
médicos [dissertação]. Rio Grande do Sul: Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em
Antropologia Social; 2008.
Moura KHM, Souza TF, Ribeiro GTF. Percepção dos
Acadêmicos de Enfermagem Sobre Doação de Órgãos e
Tecidos. RevEnferm UFPE 2011;5(5):1353-61.
Bahia. Secretaria de Saúde do Estado da Bahia. Rotina
do Transplante no Estado da Bahia: Diagnóstico de Morte
Encefálica e Manutenção do Potencial Doador. Salvador:
Secretaria da Saúde do Estado da Bahia; 2007. 40 p.
Guetti NR, Marques IR. Assistência de enfermagem
ao potencial doador de órgãos em morte encefálica.
RevBrasEnferm.2008;61(1):91-7.
Gil AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São
Paulo: Atlas; 2002.
Leopardi MT. Metodologia da pesquisa na saúde.Santa
Maria: Pallotti; 2002.
Lefevre F, Lefevre AMC. O Discurso do Sujeito Coletivo:
Um novo enfoque em pesquisa qualitativa (Desdobramentos).
Caxias do Sul: Educs; 2003.
Brasil. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n° 196,
de 10 de outubro de 1996. Dispõe sobre pesquisa envolvendo
seres humanos. Diário Oficial da União 16 out 1996.
p.21.082-5.
Knobel E. Condutas no paciente grave. 3. ed. São Paulo:
Atheneu; 2006. p.3124.
Rech TH, Rodrigues Filho EM. Manuseio do potencial
doador de órgãos. RevBras Ter Intensiva. 2007;19(2):204-97.
Marino PL. Compêndio de UTI. Tradução de Ana Rose
Bolner. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2008.
Lemes MMDD, Bastos MAR. Os cuidados na manutenção
dos potenciais doadores de órgãos: estudo etnográfico sobre
a vivência da equipe de enfermagem. RevLatAm Enfermagem
;15(5):986-91.
Aguiar ESV, Dallabrida AL, Bopp S, Rocha GLS, França EP,
Fonseca ET, et al. Mensuração da pressão venosa central por
meio de cateteres venosos central e periférico: comparação
entre os valores obtidos em cães e elaboração de índice de
correção. Cienc Rural 2004;34(6):1827-31.
Neto AR, Mendes CL, Rezende EAC. Monitorização em UTI.
Rio de Janeiro: Revinter; 2004.
D’Imperio F. Morte Encefálica, cuidados ao doador de
órgãos, e transplante de pulmão. RevBras Ter Intensiva.
;19(1):74-84.
Weilwe FG, Blumberg K, Libone CS, Roque EAC, Góis
AFT. Diabetes insípido em paciente com esclerose múltipla.
ArqBrasEndocrinolMetab. 2008; 52(1):134-7.
De Paula SEM, Ribeiro AF. Avaliação da aderência
à fisioterapia respiratória dos pacientes com fibrose
cística acompanhados no Hospital de Clínicas da
universidade Estadual de Campinas [dissertação]. Campinas
(SP):Universidade Estadual de Campinas, Departamento de
Pediatria da Faculdade de Ciências MédicaS; 2004.
Stanzani VLTS, Ribeiro R, Silva ES, Pinto WM.
Conhecimento teórico-prático da equipe assistente sobre
manejo e pressão do balonete endotraqueal. ConScientiae
Saúde 2009; 8(1):25-34.
Cabral FW, Silva MZO. Prevenção e controle de infecções
no ambiente hospitalar. Sanare 2013; 12(1):59-70.