REPERCUSSÕES BIOLÓGICAS E SOCIAIS DO USO DO CRACK: A VOZ DOS FAMILIARES DE USUÁRIOS

Autores

  • Maria Socorro de Araújo Dias
  • Liélma Carla Chagas da Silva
  • Maria da Conceição Coelho Brito
  • Alexandro do Vale Silva
  • Angelo Brito Rodrigues
  • Fernando Antonio Cavalcante Dias

Resumo

Uma das problemáticas que vem chamando a atenção, tanto do poder público quanto dos órgãos de saúde, universidades e
sociedade em geral, é o crescimento do consumo de drogas psicotrópicas, especialmente do crack. Objetiva-se atualizar o
conhecimento acerca do crack, com destaque para os sinais e sintomas surgidos, sob a visão dos familiares. Estudo exploratóriodescritivo de abordagem qualitativa com 80 familiares de usuários de crack que foram atendidos no Centro de Apoio Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS ad), do município de Sobral – Ceará. As informações foram organizadas por meio do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Os DSC abordam que o conjunto de sinais e sintomas relacionados ao uso do crack é constituído de tremores, falta de apetite, vômitos, cefaleia, tosse persistente, convulsões, dor torácica, emagrecimento, agressividade, inquietações e alucinações, além de descuidos com a aparência física e hábitos de higiene. Foi relatado o uso concomitante
do crack com bebidas alcoólicas, maconha, cocaína e comprimidos psicotrópicos. O tempo necessário para o estabelecimento do vício é muito curto, a partir do primeiro contato com o crack a pessoa já se torna dependente. Devido aos efeitos devastadores do crack, o consumo dessa substância pode assumir proporções prioritárias na vida de um indivíduo. Os problemas orgânicos e comportamentais promovido pelo consumo da droga faz com que haja a necessidade de maiores cuidados com a saúde do viciado.

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Publicado

29.04.2014

Como Citar

de Araújo Dias, M. S., Chagas da Silva, L. C., Coelho Brito, M. da C., do Vale Silva, A., Brito Rodrigues, A., & Antonio Cavalcante Dias, F. (2014). REPERCUSSÕES BIOLÓGICAS E SOCIAIS DO USO DO CRACK: A VOZ DOS FAMILIARES DE USUÁRIOS. SANARE - Revista De Políticas Públicas, 12(2). Recuperado de https://sanare.emnuvens.com.br/sanare/article/view/378