PROPORÇÃO DE EXODONTIA E FATORES RELACIONADOS: UM ESTUDO ECOLÓGICO
DOI:
https://doi.org/10.36925/sanare.v17i2.1259Abstract
Condições precárias de saúde bucal, como a perda dentária, representam uma marca de desigualdade social, associando-se a baixa escolaridade e má distribuição de renda. Este artigo analisa a distribuição do indicador relacionado à proporção de exodontia (variável dependente) no Brasil, no período de 2011 a 2015, relacionando-o a outros indicadores de saúde e socioeconômicos. Trata-se de estudo ecológico baseado em informações que abrangem todo o território brasileiro, obtidos nos bancos de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A abordagem estatística foi processada nos programas computacionais SPSS (correlação e regressão linear simples), TerraView (análise espacial pelo Índice de Moran global) e GeoDa (análise espacial bivariada LISA). Os resultados da análise espacial bivariada LISA indicam que a variável dependente se associa a “Média de ação coletiva de escovação dental supervisionada” (I = -0,300), Índice de Gini (I = 0,481) e Índice de desenvolvimento humano (I = -0,552). Elevadas proporções de exodontia foram observadas nas regiões Norte e Nordeste, que apresentaram piores condições socioeconômicas e menos ações de promoção da saúde e prevenção de doenças voltadas à saúde bucal. Concluiu-se que a implantação de políticas públicas para reduzir as iniquidades sociais tende a proporcionar melhores condições de saúde bucal à população.
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